Mercado de criptomoeda segue em alta conforme sanções são aplicadas contra a Rússia e investidores aumentam uso de ativos digitais na região.

 

Após um forte rali no início da semana por conta das sanções sofridas pela Rússia, o Bitcoin (BTC) mantém os ganhos nesta quarta-feira (2), mas encontra uma resistência para se manter acima da marca de US$ 44 mil depois de atingir esse patamar pela primeira em 15 dias na terça.

 

Com isso, a maior criptomoeda do mundo se manteve descolada das principais bolsas mundiais. Na última sessão, Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones registraram perdas de mais de 1,5%, enquanto nesta manhã o Bitcoin registra alta de 1,7% no acumulado de 24 horas, próximo de US$ 44 mil.

 

Os ganhos tiveram início na segunda à tarde, quando o preço da criptomoeda rompeu os US$ 40 mil à medida em que investidores digeriam as sanções impostas à Rússia como meio de conter a guerra.

 

Segundo dados da consultoria Tripple A, a Ucrânia tem o maior percentual de habitantes que utilizam criptomoedas, com 12,73%, seguida da Rússia, com 11,91% de residentes que usam Bitcoin e outras criptos.

 

Em meio à aplicação das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa, russos correram para comprar Bitcoin como meio de preservar suas economias do colapso do rublo. Segundo dados do provedor de pesquisa em criptomoedas Kaiko, o volume de Bitcoin denominado em rublo já atingia o maior nível desde maio na semana passada.

 

Analistas explicam que a invasão da Ucrânia tem destacado o potencial das criptomoedas como ativo alternativo para investidores e para a população durante crises como essa.

 

De acordo com uma estimativa da Forklog, uma agência de notícias de criptomoedas em russo, várias organizações que levantam fundos em criptomoedas para a Ucrânia receberam mais de US$ 58 milhões em doações nos últimos seis dias. Já a Arcane Research, em um relatório na última terça, afirmou que os ucranianos estavam “comprando criptomoedas como nunca antes”, com medo de que o sistema bancário do país “entre em colapso”.

 

Enquanto isso, os investidores russos têm visto cripto como uma solução alternativa para as sanções econômicas da União Europeia e dos EUA. Em seu relatório, a Arcane Research fala sobre um “aumento maciço nos pares de rublos na Binance, particularmente no Tether (USDT)” e no volume de Bitcoin.

 

Os analistas especulam que os russos estejam buscando “stablecoins para obter exposição ao dólar antes de possíveis sanções direcionadas aos comerciantes de criptomoedas russos” ou que isso seja resultado de “formadores de mercado que buscam eliminar sua exposição ao rublo”.

 

Com o rali recente, o mercado de criptoativos voltou a superar a marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado, algo que não ocorria desde agosto do ano passado. Movimento que foi puxado não só pelo Bitcoin e Ethereum (ETH), mas por ativos como a Terra e Solana (SOL).

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