Para destravar a prorrogação da desoneração
da folha de empresas, o governo estuda manter até 2023 a sobretaxa do Imposto
sobre Operações Financeiras (IOF), informaram à Reuters duas fontes do
Ministério da Economia com conhecimento do assunto.
O aumento no tributo foi anunciado em
setembro, com o objetivo inicial de custear um reforço no gasto de programas
sociais nos últimos meses de 2021. A elevação foi feita com prazo de
encerramento determinado para dezembro deste ano.
Ao aprovar o Orçamento do ano que vem, no
entanto, o Congresso não incluiu previsão para a desoneração da folha, que foi
prorrogada até o final de 2023 por decisão do Legislativo e ainda depende de
sanção presidencial.
A desoneração, que beneficia 17 setores, tem
custo estimado pelo governo de 8 bilhões de reais por ano.
Sem a previsão orçamentária, o governo
precisaria vetar o projeto da desoneração ou fazer ajustes nas contas para
encontrar uma fonte de compensação para o gasto. O presidente Jair Bolsonaro já
informou que pretende sancionar o texto.
A forma encontrada para financiar o programa,
portanto, seria manter o IOF no patamar elevado até 2023, segundo as fontes. O
martelo, no entanto, ainda não foi batido sobre essa decisão.
Procurado, o Ministério da Economia informou
que não comentaria sobre a possível medida.
O decreto de setembro elevou o IOF nas
operações de crédito efetuadas por pessoas jurídicas de uma alíquota anual de
1,50% para 2,04%, e para pessoas físicas de 3,0% anuais para 4,08%.
Com a vigência da elevação do imposto
prevista para pouco mais de três meses neste ano, a equipe econômica havia
estimado um aumento de 2,14 bilhões de reais na arrecadação.