Secretário de Governo e Subsecretária de
Educação receberam os profissionais da rede municipal de ensino em reunião
nesta segunda-feira (27) na sede da Prefeitura.
O secretário de Governo, Juninho Virgílio, e
a subsecretária de Gestão Orçamentária e Financeira da Secretaria Municipal de
Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), Carla Patrão, receberam os
representantes da rede municipal de ensino em reunião, nesta segunda-feira
(27). O encontro aconteceu no auditório do Centro Administrativo José Alves de
Azevedo, sede da Prefeitura, e também contou com participação da assessora
jurídica da Seduct, Manuella Nunes. O grupo esclareceu diversos pontos a
respeito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e apresentou ações da
Prefeitura na área educacional.
Carla é assistente social, administradora,
economista, professora, mestre em Economia e doutora em Planejamento Urbano em
Gestão de Cidades. Ela explicou que o índice relativo aos recursos aplicados em
pessoal em Campos, neste ano, foi de 71,7% da receita do Fundeb destinada aos
profissionais, superando a marca dos 70% exigidas por lei. “Portanto, não houve
sobras do Fundeb como estão divulgando em fake news”, esclareceu.
Segundo ela, o abono ou rateio do Fundeb foi
uma forma de pagamento no âmbito dos extintos Fundef e Fundeb, período antes da
Lei nº 14.113/20, decorrente de decisão adotada sobretudo pelos municípios,
apenas na hipótese de haver “sobras” dos recursos do Fundeb, constatadas ao
final do ano. No novo Fundeb, a Emenda Constitucional nº 108 e a Lei nº
14.113/20 não fizeram qualquer menção à possibilidade de pagamento de abono. O
entendimento técnico prevalecente é de que a ausência de previsão legal torna o
pagamento de abono/rateio indevido.
“Importante destacar que no caso de não se
atingir o mínimo de 70% com pagamento dos profissionais da educação, deverá ser
justificado e comprovado no momento da prestação de contas os motivos de não
cumprimento ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ). E como demonstram os
dados, o município de Campos dos Goytacazes cumpriu com a meta legal. Além do
mais, a Lei Complementar 173/2020 estabelece medidas de enfrentamento ao
Coronavírus, e proíbe criar ou majorar auxílios, vantagens, bônus, abonos,
verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclusive os de
cunho indenizatório, em favor de membros de poder, do Ministério Público ou da
Defensoria Pública, de servidores e empregados públicos”, explicou Carla.
Ela acrescentou que a Emenda Constitucional
nº 108 e a Lei nº 14.113/2020 não fizeram qualquer menção à possibilidade de
pagamento de abono com recursos do Fundeb para se alcançar o percentual mínimo
de 70% destinado à remuneração dos profissionais da educação. E a Lei
Complementar nº 173 de 2020 veda expressamente pagamento de abono até 31 de
dezembro de 2021.
A subsecretária participou de live com o
secretário da pasta, Marcelo Feres, na sexta-feira (24), na qual também
trataram desse assunto e esclareceram dúvidas dos profissionais ao vivo. O
bate-papo pode ser acessado no Canaldo Programa de Aprendizagem Eficiente (PAE)
no YouTube (AQUI). Outras reuniões foram promovidas este ano entre
representantes da Educação, o prefeito Wladimir Garotinho e o secretário
Marcelo.
“Diálogo, transparência e legalidade são o
nosso tripé. Todos esses dados serão lançados no Portal da Prefeitura no início
do próximo ano e já foram discutidos com o próprio Conselho de Acompanhamento e
Controle Social do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (CACS-Fundeb), do qual a presidente é
Graciete Santana, representante do SEPE. Toda a nossa execução é conferida
bimestralmente pelo CACS e foi tudo aprovado até o momento”, disse Carla.
O secretário Marcelo lembrou que todos os
recursos aplicados seguem o que determina a lei do Fundeb. Além disso, o TCE-RJ
é o órgão fiscalizador que analisa como são aplicados os recursos do Fundeb
pelo município.
“Transparência é um processo e requer
confiança de parte a parte. Estou satisfeito por saber que nossos educadores
estão interessados em entender mais profundamente como funciona a gestão da
Seduct e o uso dos recursos públicos. O TCE possui diversos especialistas que
analisam os recursos aplicados pela Secretaria. Todos nós, profissionais que
somos, devemos atuar cumprindo os nossos deveres de modo que possamos ser
fiscalizados a qualquer tempo se estamos cumprindo corretamente as nossas
atribuições e deveres. Isso é ótimo para a nossa Educação”, afirmou Marcelo.
Além da aplicação em pessoal, os demais
recursos do Fundeb são utilizados em diversas despesas de manutenção e
desenvolvimento do ensino, que também representam a valorização da educação
básica, como pagamento de alugueis, água, luz, internet; investimentos nas
unidades e creches que começaram a ser feitos em preparação das unidades para o
próximo ano, aquisição de ar condicionado, mobiliário, transporte escolar de
alunos das unidades do ensino híbrido, etc. Em 2021, também houve o retorno do
pagamento da regência de classe que estava suspenso, pagamento de professores
temporários que foram recontratados, entre outras despesas.
Marcelo também falou sobre os projetos da
Educação para os próximos anos. “Temos uma agenda pró-educação, que recebe todo
o apoio do prefeito Wladimir. Isso inclui oferta de chromebooks para os
profissionais da educação, pagamento de férias de outros profissionais que não
podem receber pelo Fundeb, ajuste da progressão (letras) e da promoção (3% dos
cursos), etc. “Há cerca de mil processos parados desde 2016 referentes às
demandas dos professores quanto à progressão e promoção e esta é nossa pauta
para o início do ano, após termos arrumado a casa”, confirmou o secretário.
Juninho Virgílio acrescentou que a Prefeitura está aberta ao diálogo. “Semana retrasada, por exemplo, atendemos integrantes SEPE, Siprosep, comissão de aposentados, entre outros representantes da Educação. É preciso destacar que não podemos acreditar em fake news e lembrar que este governo vem ouvindo as demandas da classe desde o primeiro dia de gestão. O prefeito colocou as contas em dia e reorganizou o calendário de pagamento dos servidores. Há anos, as férias vinham sendo pagas no final de janeiro e nós já pagamos em dezembro, cumprindo a lei. Arrumamos a casa e demos início à valorização dos servidores”, destacou Juninho Virgílio.